Gerência de Projetos e o Vale Tudo
De tempos em tempos ressurge a discussão PMI X Agile ou PMBOK X Scrum e nos últimos dias foram inúmeros os tweets sobre sobre o anúncio do PMI a respeito da sua nova certificação Agile. No ano passado assisti um vÃdeo e relembrei uma história que resume brilhantemente a forma como busco exercer o meu ofÃcio de Gerente de Projetos.
As pessoas da minha geração (completo 35 anos hoje), principalmente os homens e especialmente os que praticaram alguma arte marcial, devem se lembrar da rivalidade entre as artes marciais (em especial o jiu-jitsu, o boxe tailandês e a luta livre) e dos eventos de Vale Tudo nas décadas de 80 e 90, onde os lutadores buscavam provar que sua arte era a mais eficaz.
Em 1993 nasceu o UFC, que nas suas primeiras edições ainda mantinha essa disputa entre as lutas. Foi em 1995, no UFC 7, que pela primeira vez, a história foi diferente. Para este evento foi convidado o lutador brasileiro e carioca Marco Ruas – já bastante famoso no Rio de janeiro – que ficou conhecido pelo slogan:
Se tentarem me socar e chutar eu jogo pro chão. Se tentarem me jogar pro chão eu soco e chuto.
Numa entrevista para o programa Sensei SporTV ele explica que sempre buscou praticar várias modalidades de luta (ele é faixa preta de judô, taekwondo, luta livre, capoeira e muay thai e foi ainda campeão de boxe e wrestling) e que desde o inÃcio não acreditava que uma luta fosse a mais completa, mas sim, que o lutador é que deveria se aperfeiçoar e treinar várias modalidades, pois, o conjunto de lutas é que faria o lutador ser mais completo.
Quando os organizadores do UFC perguntaram qual luta ele iria representar e defender ele respondeu:
Eu quero representar o meu nome. Se eu perder a falha é minha, o lutador. Não quero representar uma modalidade.
Sou Gerente de Projetos desde 2001. Sou PMP desde 2005. Em 2006 fiz o curso CSM com a Martine Devos (no que acredito ter sido, senão a primeira, uma das primeiras turmas de Scrum Master no Brasil). Desde o inÃcio estudo, pesquiso, testo (com erros e acertos) várias técnicas (a última eu aprendi no excelente curso de Kanban do Alisson e do Rodrigo). Para cada situação, em cada projeto, procuro aplicar a melhor técnica que conheço.
Por fim, da mesma maneira que me reservo ao direito de colher de cada “luta” as técnicas mais adequadas para uma dada situação, respeito o esforço dos criadores e não digo que uso Scrum, ou XP ou whatever, nem mesmo me considero um agilista ou um tradicionalista e nem mesmo ouso afirmar que esta abordagem é a melhor. É apenas a abordagem que eu escolhi.
No próximo post eu comento minha opinião sobre a rivalidade PMI X Agile.